Finalmente, o consumidor irá saber qual o tamanho ideal
de roupas que veste. Grande parte dos brasileiros não sabe! Não por falta de
visão ou consciência sobre seu corpo, mas pela falta de padronização das medidas
do vestuário brasileiro. Boa parte da população brasileira tem exata noção do tamanho
do seu corpo e ainda assim não encontra roupas que sirvam – nesse caso é a ditadura
da magreza falando mais alto, pois padroniza a moda baseada em medidas
absurdas.
A falta de padronização
começa a ser resolvida, diminuindo a grandeza desse problema. O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial – INMETRO, recebeu do Comitê Brasileiro de Têxteis e
Vestuário da Associação Brasileira de Normas – ABNT uma solicitação de edição
da norma que fixa o prazo de 30 meses para as confecções brasileiras se
adequarem ao Novo Regulamento Técnico de Etiquetagem de Produtos Têxteis. A
última vez que havia sido revisto o regulamento ou Lei das Etiquetas, foi em
dezembro de 2005.
A antiga lei obrigava os confeccionistas a pregarem nas
roupas etiquetas com informações sobre o fabricante (CNPJ), a composição do
tecido e os cuidados na conservação do produto. Agora, exige também que
contenha na etiqueta o tamanho da roupa, com base em uma medida referencial
única! As medidas femininas são consideradas pela largura da cintura e dos
ombros.
‘É muito comum o tamanho 40, em uma confecção, equivalei
ao 42 da outra’, diz Sylvio Napoli, superintendente do Comitê Brasileiro de
Têxteis e Vestuário (CB17). Desde 1995, o Brasil possui padrão para os tamanhos
das roupas, porém nunca foi exigido por lei. A falta de padrão, deixa livre os fabricantes para adotarem a numeração
que quiserem, geralmente menor que o real tamanho da peça. A Lei das Etiquetas
foi revisada segundo normas aprovadas no âmbito do Mercosul. O prazo para
adequação dos tamanhos, segundo Napoli, deve começar a correr a partir de
julho.
A falta de padrão, além de confundir o consumidor, cria
a ilusão que na moda só há espaço para magras que vestem tamanhos pequenos. Em
parte, isso é verdade. Nas lojas de grifes femininas que participam do SPFW,
por exemplo, é raro encontrar peças que maiores do que o tamanho 44.
Felizmente, para alguns comerciantes, não seguir a
ditadura da magreza tem se mostrado um negócio lucrativo. Marcas que se dedicam
a fazer roupas em tamanhos grandes estão crescendo, apoiadas na falta de
concorrência.
Fonte: Valor Econômico
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