sábado, 24 de março de 2012

Tamanho Ideal


Finalmente, o consumidor irá saber qual o tamanho ideal de roupas que veste. Grande parte dos brasileiros não sabe! Não por falta de visão ou consciência sobre seu corpo, mas pela falta de padronização das medidas do vestuário brasileiro. Boa parte da população brasileira tem exata noção do tamanho do seu corpo e ainda assim não encontra roupas que sirvam – nesse caso é a ditadura da magreza falando mais alto, pois padroniza a moda baseada em medidas absurdas.

A falta de padronização começa a ser resolvida, diminuindo a grandeza desse problema. O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO, recebeu do Comitê Brasileiro de Têxteis e Vestuário da Associação Brasileira de Normas – ABNT uma solicitação de edição da norma que fixa o prazo de 30 meses para as confecções brasileiras se adequarem ao Novo Regulamento Técnico de Etiquetagem de Produtos Têxteis. A última vez que havia sido revisto o regulamento ou Lei das Etiquetas, foi em dezembro de 2005.

A antiga lei obrigava os confeccionistas a pregarem nas roupas etiquetas com informações sobre o fabricante (CNPJ), a composição do tecido e os cuidados na conservação do produto. Agora, exige também que contenha na etiqueta o tamanho da roupa, com base em uma medida referencial única! As medidas femininas são consideradas pela largura da cintura e dos ombros.

‘É muito comum o tamanho 40, em uma confecção, equivalei ao 42 da outra’, diz Sylvio Napoli, superintendente do Comitê Brasileiro de Têxteis e Vestuário (CB17). Desde 1995, o Brasil possui padrão para os tamanhos das roupas, porém nunca foi exigido por lei. A falta de padrão, deixa  livre os fabricantes para adotarem a numeração que quiserem, geralmente menor que o real tamanho da peça. A Lei das Etiquetas foi revisada segundo normas aprovadas no âmbito do Mercosul. O prazo para adequação dos tamanhos, segundo Napoli, deve começar a correr a partir de julho.

A falta de padrão, além de confundir o consumidor, cria a ilusão que na moda só há espaço para magras que vestem tamanhos pequenos. Em parte, isso é verdade. Nas lojas de grifes femininas que participam do SPFW, por exemplo, é raro encontrar peças que maiores do que o tamanho 44.

Felizmente, para alguns comerciantes, não seguir a ditadura da magreza tem se mostrado um negócio lucrativo. Marcas que se dedicam a fazer roupas em tamanhos grandes estão crescendo, apoiadas na falta de concorrência.



Fonte: Valor Econômico


Nenhum comentário:

Postar um comentário